Eu não sei como ainda eu me surpreendo com a velocidade da vida, mas a questão que eu sou pega de sobressalto sobre como a aindavida tem caminhos únicos. Esse fim de semana que acabou de passar foi um feriado prolongado nesse Canada lindo de meu Deus.
Combinei com mozão e com meu amigo de longa data de passar esse tempo em toronto e assim o fizemos. Por mais que quem veja de fora deva achar que nossos conversas eram de dois adolescentes que se reencontraram com 30 anos, eu devo reiterar que foi muito mais do que isso.
Sim, Giselle e Alvinho de 14 anos estariam eufóricos em saber que no futuro eles se encontrariam fora do Brasil, pra conversar sobre a vida ao comer uma comida japonesa em um bairro cosmopolita. Nossas versões do passado mal podiam antecipar que aos 30 anos estaríamos cada um casados com seus respectivos, buscando sonhos tangíveis e vivendo em inglês.
Passar três dias com seu amigo de infância, dividindo as angustias e felicidades de viver num país gelado e cheio de surpresas é uma das experiencias mais catárticas que já experimentei.
É como se depois de tantas voltas, tantos reencontros e desencontros, de toda vida que vimos lá fora, voltamos pra simplicidade de uma amizade cunhada na pureza, na necessidade e na fulga de todos os fantasmas da época do colégio.
A escola foi uma era maravilhosa pra mim e nesse fim de semana percebi que sou um ponto fora da curva, e que apenas o amadurecimento dos anos nos faz perceber o quanto nossas vidas podiam ter ido por um caminho que nós abominamos, e que depois de tudo estamos aqui : Consistente nas escolhas, com retóricas coerentes e consciência de classe( risos) .
Sou privilegiada de ter um marido companheiro, que encara qualquer barra e compartilha das felicidades. Sou privilegiada por ainda ter um amigo de infância, e alguns outros poucos e bons. Sou privilegiada por ter uma mãe guerreira e amorosa, que nunca impôs limites ao meu sucesso e aos meus sonhos. Sou privilegiada de ter consciência de que num mundo tão doido nutrir nossa saude mental é o maior presente que podemos nos dar.
Esse fim de semana prolongado foi o combustível para saber que estou do lado certo, com as pessoas certas, errando em algumas coisas mas sempre disposta a aprender novos jeitos de ser feliz.
As melhores coisas da vida não são coisas 